sábado, 14 de noviembre de 2009



DE MAR A MAR é uma iniciativa conjunta do Instituto Camões e do Instituto Cervantes que pretende reunir, periódica e alternadamente, escritores de língua portuguesa e de língua espanhola nos seus diferentes países.A presente edição intitulada "Romance e História" contará com a presença de autores portugueses e espanhóis e encontra-se enquadrada nas actividades da "VII Mostra Portuguesa em Espanha” que se realizará durante o mês de Novembro em Barcelona.Fenómeno literário em expansão, a relação entre literatura e história transcende a actualidade de um subgénero que, tendo a sua origem nos principios do século XIX, tem vindo a seduzir um número cada vez maior de leitores, sobretudo a partir de finais do século passado.
Seja como ponto de partida para o desenvolvimento da narração, como argumento principal para a literatura de ficção ou como eixo de investigação jornalística, a relação entre a literatura e a história constituiu um maridage de extraordinárias consequências que transcendeu modas e originou o aparecimento de destacadas contribuições literárias.




PROGRAMA
23 de Novembro de 2009
17.00h – 18h30m


O Romance histórico: aspectos-chave deste fenómeno literário

María Pilar Queralt del Hierro
Miguel Real
Maria de Fátima Marinho


Moderador: Sergi Doria

19.00 h – 20h30m
Literatura, Jornalismo e revisionismo histórico

Miguel Sousa Tavares
Ignacio Martínez de Pison
Fernando Martínez Laínez


Moderador: Jordi Gracia




Sala d’Actes de l’Ateneu Barcelonès c/ Canuda 6 - Barcelona (08002)http://www.portugalconvida.net
demaramar2009@gmail.com

Entrada gratuita


Miguel Sousa Tavares (Porto, 1952)

Licenciado em Direito, abandona a advocacia para se dedicar ao Jornalismo. Tendo trabalhado na RTP, foi fundador e, posteriormente, director da revista Grande Reportagem. Colaborou como cronista no Público sendo actualmente colaborador regular do Expresso e comentarista de programas de informação na SIC .Os seus primeiros livros como Sahara, a República da Areia (1985), Um Nómada no Oásis (1994), Anos Perdidos(2001), O Segredo do Rio (2004), entre outros, são fundamentalmente de crónicas e reportagens. É também autor de contos infantis e de um livro de viagens intitulado Sul (2004).Estreia-se como romancista com a obra Equador (2003), uma ficção histórica sobre os últimos anos da Monarquía, o Império colonial e a abolição da escravatura em África (em Espanha intitulado El Gobernador), que foi um best-seller em Portugal e alcançou rápidamente também fama internacional (no Brasil, Holanda, Alemanha, Rep. Checa, Espanha, América e noutros países, tendo sido premiado em Itália como melhor livro estrangeiro do ano). Em 2007 publica o segundo romance, O Rio das Flores, outro dos grandes best-sellers portugueses, editado no Brasil e traduzido para diversas línguas. O seu último romance publicado este ano em Portugal intitula-se No Teu Deserto.


Ignacio Martínez de Pisón

(Zaragoza, 1960) reside em Barcelona desde 1982. É autor de mais de uma dozena de obras, entre as quais se destaca o livro de relatos El fin de los buenos tiempos (1994) e os romances Carreteras secundarias (1996), María bonita (2000), El tiempo de las mujeres (2003) e Dientes de leche (2008), bem como o ensaio Enterrar a los muertos (2005), dos quais estão traduzidos para português: Estradas Secundárias (Assírio & Alvim), O Tempo das Mulheres, Maria Bonita e Enterrar os Mortos (Teorema). As suas obras mais recentes, ambas de 2009, intitulam-se respectivamente Partes de guerra (volume com trinta e cinco relatos de diferentes autores que recriam a Guerra Civil) Aeropuerto de Funchal (um conjunto de contos). Para além de português, as suas obras estão traduzidas para cerca de uma dezena de idiomas. É também autor de romances juvenis e de guiões cinematográficos.


Fernando Martínez Laínez.

Nascido em Barcelona, trata-se de um escritor com uma ampla trajectória jornalística e literaria, recentemente distinguida com o “V Premio Algaba de Investigación Histórica” outorgado à obra Como lobos hambrientos, sobre o papel dos guerrilheiros espanhóis durante a Guerra da Independência.Doutorado em Ciências da Informação, trabalhou durante quase vinte anos no Serviço Informativo internacional da Agência EFE. e residiu, como correspondente e delegado na Gran-Bretanha, em Cuba, na Unión Soviética e na Argentina. Como repórter, enviado especial e guionista de programas de radio e televisião viajou por todo o mundo: América, Médio Oriente, norte de África, Ásia Central, China, Japão, Cáucaso, Europa de Leste e Países Bálticos.Com Carne de Trueque (1977), Martínez Laínez foi um dos iniciadores da moderna novela negra espanhola, tendo publicado várias obras de este género, além de biografías, ensaios, livros juvenis e de viagem.Autor dos romances históricos El Rey del Maestrazgo e Embajada a Samarcanda, foi duas vezes vencedor do “Premio Rodolfo Walsh” concedido à melhor obra de não-ficção pela organização da “Semana Negra de Gijón” juntamente com a “Asociación Internacional de Escritores Policíacos” (AIEP). Conta também em seu haver com o Prémio “Grandes Viajeros” pelo livro de viagens intitulado Tras los Pasos de Drácula. Entre as suas últimas obras publicadas contam-se: Tercios de España- La infantería legendaria e El Gran Capitán (em coautoría com o General J.M. Sánchez de Toca), Una Pica en Flandes- La epopeya del Camino Español, e Banderas Lejanas,este último sobre a exploração, conquista e defesa por parte de Espanha relativamente ao actual território dos Estados Unidos, em coautoria com Carlos Canales.


Jordi Gracia

(Barcelona, 1965). Catedrático de literatura espanhola na Universidad de Barcelona, colabora regularmente no jornal “El País”. Publicou numerosos estudos sobre a literatura espanhola do século XX e vários livros baseados na história intelectual da España contemporânea, nomeadamente: Estado y cultura, El despertar de una conciencia crítica bajo el franquismo (Anagrama, 2006, 2ª edición revista e actualizada). É também autor de antologias: Crónica de una deserción. Ideología y literatura en la prensa universitaria del franquismo, 1940-1960 (1994), El ensayo español. Los contemporáneos (comentada); de Los nuevos nombres, 1975-2000, que corresponde ao volume 9/1 de Historia y Crítica de la Literatura Española dirigido Francisco Rico (Crítica, 2000), complementado por outro intitulado Hijos de la razón. Contraluces de la libertad en las letras españolas de la democracia (Edhasa, 2001). Escreveu em colaboração com M. Á. Ruiz Carnicer La España de Franco. Cultura y vida cotidiana (Síntesis, 2001). Obteve o prémio da editorial Anagrama de Ensayo 2004 com La resistencia silenciosa. Fascismo y cultura en España, também “Premio Internacional de Ensayo Caballero Bonald” de 2005. Editou ainda, conjuntamente com Joaquín Marco, o estudo e extensa antologia sobre La llegada de los bárbaros. La recepción de la narrativa hispanoamericana en España, 1960-1981, Barcelona (Edhasa, 2004). Em 2005 publicou outras duas antologías: uma sobre o fascista que se tornou social-democrata, Dionisio Ridruejo, Materiales para una biografía, e outra sobre o filósofo catalão exilado Josep Ferrater Mora, Variaciones de un filósofo. Antología, ambas no ano 2005.Os seus últimos trabalhos tratam sobre o microcosmos intelectual de Dionisio Ridruejo. A obra intitulada El valor de la disidencia. Epistolario de Dionisio Ridruejo, 1933-1975 publicado pela editorial Planeta no ano 2007 e, em 2008, um ensaio biográfico, La vida rescatada de Dionisio Ridruejo ( Anagrama), e uma edição com um extenso estudo introductório de “Escrito en España”, do “Centro de Estudios Políticos y Constitucionales”.O seu último livro intitula-se El Ensayo español. Siglo XX (Crítica, 2009), uma antologia coeditada com Domingo Ródenas.


María Pilar Queralt del Hierro

Licenciada em História Moderna e Contemporânea pela Universitat Autònoma de Barcelona, entre 1980 e 1982, desempenhou funções docentes como professora de História de Espanha na Faculdade de Ciências da Informação, tendo-se posteriormente dedicado exclusivamente ao mundo editorial em que desempenhou diversas funções relacionadas respectivamente com a iconografia e a edição de livros ilustrados. Colabora habitualmente nas revistas “National Geographic Magazine”, “Historia y Vida”, “Medieval” e “Historia 16”.Em 1984 publicou a obra Balaguer, biografia do poeta e político catalão sobre o qual tinha realizado a sua tese de Licenciatura. Em 1997 publica uma outra obra de tema biográfico intitulada La vida y la época de Fernando VII (Planeta, 1997) e, posteriormente, Madres e hijas en la Historia (Temas de hoy, 2002), Novias Reales (DeBolsillo, 2004), Tórtola Valencia, una mujer entre sombras (Lumen, 2005), Agustina de Aragón, la mujer y el mito (La Esfera de los Libros, 2008). É também autora de diversos ensaios: Atlas de Historia de España (Susaeta, 2006), Reyes y Reinas de España (Susaeta, 2009), El parche de la princesa de Éboli y otras 350 anécdotas de la historia (Styria, 2009); dos livros de relatos Cita en azul (Futura Ediciones, 1995), Las sombras de la tarde (Leyere, 2005) e de romances históricos: Los espejos de Fernando VII (MR, 2001), De Alfonso, la dulcísima esposa (Lumen, 2003), Inés de Castro(MR, 2003), La pasión de la reina (MR, 2006), Leonor (MR, 2007). No âmbito de reportagens de viagem, assina com frequência artigos nas revistas “Viajes National Geographic”. Escreveu também os seguintes livros: Montserrat, el dragón dormido (Triangle, 2002), España: tierra, agua, fuego y aire (Everest, 2002), Los mejores castillos de España (Everest, 2004), Ciudades españolas Patrimonio de la Humanidad (Everest, 2006) e colaborou nos oito volumes da obra intitulada Un país sorprendente (Everest, 2007). Em Novembro de 2004 recebeu o I premio do Certame da Imprensa de Turismo da Bélgica pelo seu artigo “Las damas de Flandes” e em 2006 foi galardoada com o mesmo prémio por um artigo sobre Lovaina publicado na revista “Viajes NGS”.O seu último romance histórico intitula-se La rosa de Coimbra (Styria, 2009) sobre a vida Isabel de Aragón, Rainha Santa de Portugal, publicado em português com o título Memórias da Rainha Santa (A esfera dos livros, 2009) que, poucas semanas após a publicação, já tinha alcançado a segunda edição.


Miguel Real (Lisboa, 1953)

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, realizou o seu doutoramento em Estudos Portugueses na Universidade Aberta com uma tese sobre Eduardo Lourenço. Especialista em Cultura Portuguesa, actualmente é professor de Filosofia, ensaísta e crítico literário do “Jornal de Letras”. Na vasta obra que tem publicada destacam-se ensaios, romances, peças de teatro e livros sobre filosofia. Prémio Revelação de Ficção da APE (1979) com a obra O Outro e o Mesmo, foi também galardoado com o Prémio Revelação de Ensaio Literário da APE (1995) com Portugal-Ser e Representação, tendo recebido ainda o Prémio da revista Ler do Círculo de Leitores (2000) com A Visão de Túndalo por Eça de Queiros, assim como o Prémio Fernando Namora (2006) com a obra A Voz da Terra.No campo do romance histórico escreveu: Memórias de Branca Dias (2003), O Último Negreiro (2006), O Sal da Terra (2008) e O Último Minuto na Vida de S. (2007).É também autor dos seguintes ensaios: António Vieira e a Cultura Portuguesa, Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa, O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa.


Maria de Fátima Marinho (Porto, 1954)

Licenciada em Filologia Românica pela Universidade do Porto, onde actualmente é Catedrática de Literatura Portuguesa e Presidente del Conselho Científico, realizou o seu Doutoramento em 1987 com uma tese sobre o Surrealismo português. No âmbito da sua actividade como investigadora destacam-se as seguintes obras: Herberto Helder, a Obra e o Homem (Arcádia, 1982); O Surrealismo em Portugal (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987); A Poesia Portuguesa nos Meados do Século XX – Rupturas e continuidade (Caminho, 1989); O Romance Histórico em Portugal (Campo das Letras, 1999); História da Literatura Portuguesa – As correntes contemporâneas, Vol. 7 (em colaboração com Óscar Lopes (Alfa, 2002); José Marmelo e Silva, Não Aceitei a Ortodoxia – Obra completa (coordinação e prefácio, Campo das Letras, 2002); "Literatura e História” – Actas do colóquio internacional (organização, 2 Vols.; Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Estudos Portugueses e Românicos, 2004); Um Poço sem Fundo – Novas Reflexões sobre Literatura e História (Campo das Letras, 2005); «Teolinda Gersão: uma Escrita Cintilante», in Teolinda Gersão – Retratos Provisórios (Roma Editora, 2006); “O Sonho de Aljubarrota” (Fundação Batalha de Aljubarrota, 2007); Prefácio e edição de El-Rei Junot (Relógio D’Água, 2007); Prefácio e edição de Raul Brandão; Vida e Morte de Gomes Freire (Relógio D’Água, 2007); History and Myth – The Presence of National Myths in Portuguese Literature (Martin Meidenbauer Verlagsbuchhandlung, 2008); A Lição de Blimunda – a propósito de Memorial do Convento (Areal, 2009).Tem igualmente publicados inúmeros ensaios em jornais e revistas.


Sergi Doria Alburquerque (Barcelona, 1960)

Doutorado em Ciências da Comunicação com a tese intitulada La voluntad cosmopolita (1999), é professor de Teoria e História do Jornalismo e de Jornalismo Cultural na Universitat Internacional de Catalunya, bem como do máster oficial de Jornalismo avançado da Universitat Ramon Llull e do máster de cultura histórica e edição da Universitat de Barcelona.Director entre 1985 e 1991 da “Guía del Ocio”, é comentarista cultural dos jornais “El País”, “El Periódico” e “Avui”. Actualmente é redactor do jornal ABC e colabora no suplemento ABC intitulado “Las Letras y las Artes” e nas seguintes revistas: “Revista de Libros”, “Revista de Occidente”, “Delibros”, “Qué Leer”, “Turia”, “Barcelona Metrópolis”, “El Noticiero de las ideas”, além de outras específicas de investigação sobre comunicação como: “Treballs de Comunicació” (Societat Catalana de Comunicació) e “Trípodos” (Universitat Ramon Llull).Autor do livro-reportagem La Guineueta, (1995) publicou: Imatges 1930. Barcelonins i moderns (2004) e em 2005 de Paseos por la Barcelona literaria, uma coedição com Sergio Vila-Sanjuán. Coordenador do livro Boston-Barcelona (2006) e da edição crítica dos romances de Ignacio Agustí, em 2007 coordenou também na CaixaFòrum o ciclo “Como nos venden las noticias. Las entrañas del periodismo”. Autor da Guía de la Barcelona de Carlos Ruiz Zafón (Planeta, 2008) dirige no presente ano o ciclo “Las artes del diálogo. Literaturas peninsulares en conexión”.